Osama Bin Laden morreu, o terrorismo vem sofrendo derrotas, mas, uma década mais tarde, não dá pra dizer que o trauma nos Estados Unidos tenha dado lugar a um mundo mais seguro e democrático, livre das ameaças do radicalismo político-religioso. O Oriente Médio e suas adjacências permanecem explosivos. E a sombra de Bin Laden se projeta sobre milhões de muçulmanos como a de um mártir sacrificado pelo Ocidente, e não a de um assassino psicopata que impingiu ao islamismo uma injusta marca de maldade. (VEJA.Editora ABRIL. Edição 2233 – ano 44 – n° 36 – 7 de setembro de 2011)
Ecos de 2001
O impacto do dia 11 de setembro de 2001 na história mundial é inegável. Desde a queda das Torres Gêmeas, o senso de direção e estratégia dos americanos pareceu diminuir. A sensação de segurança americana foi abaixo junto com o World Trade Center. A sede de vingança falava e ainda fala mais alto do que tudo. A partir daquele dia, o fundamentalismo islâmico inaugurou a era do medo.
A partir daquele momento, o ex-presidente George W. Bush lançou os EUA numa caçada contra os responsáveis, na chamada “guerra ao terror”. Muitas pessoas consideram as decisões do ex-presidente desnecessárias. Um exemplo disso seria que os EUA iniciaram uma guerra contra o Iraque antes mesmo de terminar sua “missão” no Afeganistão. Os gastos americanos com essas guerras foram absurdos (o que agradou Bin Laden, afinal, essa era um dos “planos” dele).
Segundo o professor da universidade de Princeton Julian Zelizer: “Houve um momento, causado por uma espécie de síndrome nacional de estresse pós-traumático, no qual os Estados Unidos aceitaram todas as reações exageradas do governo Bush. Isso enviou uma mensagem de pânico, de reação exagerada, transigimos com nossos valores e, no final das contas, fez mais mal aos Estados Unidos do que Bin Laden”.
Tudo o que aconteceu no dia 11 de setembro modificou totalmente os conceitos de segurança no planeta. Mas, nos EUA, essa tragédia interferiu principalmente nas liberdades individuais de todos os americanos. Qualquer pessoa considerada suspeita passou a ser monitorada. O fim da plena liberdade significou também se submeter a novas regras. Regras que, em muitos casos, significam: perda de tempo, filas e perda de dinheiro. E tudo isso pode ser representado pelos aeroportos americanos. Mais de cinquenta mil funcionários trabalham nesses aeroportos. Equipamentos e salários custam oito bilhões de dólares. E esse valor é embutido no valor das passagens. Um valor pago por todos, para a segurança de todos.
Na época, o vice-presidente Dick Cheney disse: “O 11 de setembro mudou a percepção de nossas vulnerabilidades. Mudou o tipo de estratégia de segurança nacional.”
Podemos dizer que o alerta de ameaça contra o terrorismo foi demasiado? Talvez sim, talvez não. A opinião da maioria dos americanos com relação a esse assunto pode ser bem resumida à noite do dia 2 de maio desse ano.
FONTES: Revista VEJA edição 2233, página 108.
Livro “Aonde está Osama Bin Laden”, páginas 36-89.
http://istoevip.terra.com.br/reportagens/156713_UMA+DECADA+DE+MEDO?
pathImagens=&path=&actualArea=internalPagePor Laryssa Almeida


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