Devido à crescente tensão entre as duas Coreias, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, recentemente eleita, salientou a necessidade de aumentar a confiança entre as duas Coreias. Park usou tal premissa durante sua campanha eleitoral e pretende seguir com o que disse. Porém, apesar da tentativa de aproximação, Park deixa uma mensagem firme e clara quanto a possíveis ataques por parte da Coreia do Norte: “Não haverá limites para o alcance de nossa represália”, diz Kim Min-seouk, porta-voz da presidente, a respeito dos possíveis ataques nucleares pela Coreia do Norte.
A tensão na península aumentou também após a Coreia do Norte afirmar que uma Segunda Guerra das Coreias seria inevitável. As ameaças vindas do vizinho do norte são cada vez mais possíveis para a população sul coreana, e medos como um ataque massivo de mísseis nucleares e grandes ataques cibernéticos se tornam mais reais. Alguns sites de venda de comida enlatada têm apresentado demanda crescente, e isso salienta a medo da guerra na população em geral, e isto é completamente compreensível.
Após várias denúncias, a ONU também aprova unanimemente e começa a investigação pedida anteriormente sobre o desrespeito aos Direitos Humanos na Coreia do Norte. Estima-se que os campos de trabalho forçado tenham mais de 200.000 pessoas, porém com a proibição norte-coreana de investigações semelhantes, a ONU depende de imagens de satélite para a constatação dos fatos. O representante da Coreia do Norte na ONU diz que a investigação é apenas uma manobra política e que nada será realmente feito.
A pedido do presidente norte americano na semana passada, a China ajudará nas negociações com a Coreia do Norte. A mesma sediará discussões multilaterais, tendo como participantes a Coreia do Sul, Coreia do Norte, a própria China e os Estados Unidos. O presidente chinês, Xi Jinping, diz que prefere resolver tudo pacificamente. Porém, mesmo com as negociações sendo uma realidade (espera-se) próxima, a Coreia do Norte pede às suas unidades especiais para que estejam prontas para atacar as ilhas Havaí e Guam e a costa oeste dos EUA; e os EUA continuam investindo milhões nas bases antimísseis na costa do Pacífico, principalmente no Alasca. Existe também o risco de o Japão se sentir muito ameaçado e manifestar intenções, em minha opinião improváveis, de construir armas nucleares para segurança própria. A situação cada vez mais instável faz com que Seul e Washington reforcem os exercícios militares conjuntos (Foal Eagle e Key Resolve) mesmo após ameaças crescentemente incisivas da Coreia do Norte.
Hoje, a Coreia do Norte cortou a linha de comunicação militar com a Coreia do Sul. A linha dá acesso a um complexo industrial em território norte coreano que emprega milhares de sul coreanos. Foi divulgado que “não há necessidade de manter as comunicações militares norte-sul” pela KCNA (Korean News Central Agency). A Coreia do Norte também acusou Park Geun-hye de calúnia e provocação devido à declaração de que se a Coreia do Norte não abandonasse o programa nuclear, seu regime desmoronaria.
Especialistas acreditam que todo o escândalo centrado pela Coreia do Norte e todas as ameaças são apenas para forçar uma posição mais vantajosa em futuras negociações.
Hariadna Araujo de Paiva, aluna do 1º semestre de Relações Internacionais/RI-UCB
Fontes:


0 comentários:
Postar um comentário